domingo, 16 de agosto de 2009

Epidemia da gripe H1N1 pode apressare liberação de novo produto

Epidemia de gripe suína pode apressar liberação de novo produto
Flávio Dilascio, Jornal do Brasil
GUAIAQUIL - Em 2005, a Organização Mundial de Saúde estimou em 1,6 milhão o numero de mortes causadas anualmente pela bactéria Streptococus pneumoniae. Soma-se a isso o fato de, a partir deste ano, ter surgido um imenso agravante para este dado: a gripe suína, que tem como umas de suas principias doenças associadas a pneumonia e a meningite. Pensando em todos estes aspectos, o laboratório GlaxoSmithKline (GSF) lançou, no último dia 22 de junho, a uma nova vacina pneumocócica pediátrica, a Synflorix, que protege contra doenças potencialmente fatais, como a meningite e a pneumonia bacterial, bem como contra infecções do ouvido médio (otite média aguda). Esta é a primeira vacina no mundo que inclui os sorotipos preconizados pela Organização Mundial de Saúde. A Synflorix tem a expectativa de cobertura de 82,5% dos casos de doença pneumocócica invasiva no Brasil.
Nos postos
Esta nova vacina está numa lista com mais outras quatro que esperam pela regularização no Brasil. São elas: hepatite A, varicela, meningite conjugada e HPV. Todas estão na chamada fase de análise de efetividade e custo, último estágio antes da liberação para o uso pelo sistema de saúde pública. O Ministério da Saúde não divulgou uma ordem nesta fila de aprovação, mas tudo leva a crer que, com a chegada da gripe suína, a vacina pneumocócica pediátrica seja a primeira desta lista a ser disponibilizada nos postos de saúde. A previsão é que isto aconteça em setembro.
– Com certeza, o aparecimento da gripe suína contribui para o apressamento da regularização no Brasil. Esta nova doença é, sem dúvida, um fator a mais a ser considerado. O risco de complicações para uma criança que tem o vírus é maior – opina o infectologista pediátrico da GSK, Aroldo Prohmann de Carvalho.
No que concorda seu colega:
– Temos muitas variantes envolvidas neste tipo de processo, como mortes e internações e isto tudo é avaliado para a liberação – completa o gerente médico de vacinas da GSK, Otávio Cintra.
No Brasil, o pneumococo tem alto impacto na saúde pública, com cerca de 1.500 casos de meningite, 20 mil casos de pneumonia hospitalizados e mais de três milhões de casos de otite média aguda registrados anualmente. No caso da pneumonia e da meningite, há ainda o agravante do H1N1, que abre a porta para a entrada da bactéria no organismo.
Já existe uma vacina pneumocócica no mercado, porém sua efetividade está bem abaixo da capacidade da Synflorix. Criada em 2000, a vacina pneumocócica conjugada 7-valente é usada apenas na rede privada. Por julgar que o seu custo-benefício não é satisfatório, o Ministério da Saúde não a adicionou no calendário de vacinação gratuito da população.
– Pela OMS, a pneumonia é a doença mais previsível de ser prevenida com vacinas. A vacina que estava no mercado, no entanto, fora feita em função dos sorotipos mais comuns nos Estados Unidos, que não condizem com a realidade dos outros países, dos quais se inclui o Brasil. A nova vacina é mais abrangente, pois é conjugada com uma proteína de outra bactéria, além de ser 10-valente – explica Aroldo Prohmann.
Existem 91 tipos de pneumococos, dos quais 10 a 15 causam doenças em humanos. A Synflorix atinge 10 desses tipos, representando uma proteção de 82% dos sorotipos brasileiros (aqueles que mais atingem a populacão do país). Diferentemente do Brasil, onde ainda aguarda liberação, a nova vacina já está disponível em outros países, como Canadá, Chile e algumas nações da Europa. A previsão dos médicos brasileiros é que ela seja finalmente liberada em setembro, passando a fazer parte do calendário nacional de vacinação de crianças menores de dois anos.
– A doença pneumocócica tem maior incidência em crianças pequenas. Vacinando-as, você está protegendo não só elas, como aos adultos que lidam com as mesmas, principalmente idosos, que compõem outro grupo de risco – analisa a infectologista pediátrica Sonia Maria de Faria.
Calendário
Especialista em erradicação de doenças no mundo, o diretor para programas internacionais de imunização do Instituto de Vacinas Albert Sabin, Ciro de Quadros, acredita no sucesso da nova vacina.
– A cada hora na América Latina morre-se de duas a três crianças com pneumonia. É uma enfermidade devastadora. Países gastam milhões todos os anos com tratamentos. Nossa luta é conseguir colocar essa vacina no calendário de todas as nações. Muitas enfermidades no mundo não se tem como resolver. As infecções pneumocócicas não, pois agora temos uma vacina benéfica e efetiva. Já erradicamos várias enfermidades do mundo e agora estamos prestes de conseguirmos mais uma - avalia.
Confiante na regularização da Synflorix, ele acredita que a presença do H1N1 no Brasil aumente o apelo pela medida.
– O H1N1 pode aumentar o apelo pela liberação da nova vacina pneumocócica, sim. O governo já vem analisando isso há tempos e acredito que ela possa ser lançada a qualquer hora. O Brasil tem muita atuação na área preventiva e acredito que mais uma vez esta tradição irá prevalecer - finaliza.
20:22 - 15/08/2009

sábado, 15 de agosto de 2009

Enviado por Ricardo Noblat - 15.8.2009|

Enviado por Ricardo Noblat -
15.8.2009
10h25m
Coisas da Política - Jornal do Brasil - 2/7/1989
Enviado por Ricardo Noblat -
15.8.2009
10h25m
Coisas da Política - Jornal do Brasil - 2/7/1989
Collor pode derrubar Collor
Por Ricardo Noblat:
O PFL informa: o ex-Ministro Aureliano Chaves será indicado hoje canndidato a Presidente da República. Em setembro, o indicado poderá vir a ser o ex-Prefeito Jânio Quadros.
Alguns políticos e economistas temem que até lá todas as indicações avalizadas pelos partidos acabem não valendo coisa alguma. A hiperinflação, se de fato vier a se instalar entre nós, seria capaz de desestabilizar a eleição de novembro próximo.
Pode haver exagero nesse tipo de temor — é recomendável que ele não passe de exagero. Mas ele existe e, à medida em que o governo jaz, inerte, diante do agravamento da crise, cresce o número de pessoas responsáveis que receiam a interrupção do processo de redemocratização do país.
É muito curta a memória coletiva. Em 1983, o país assistiu a uma onda de saques a supermercados e a lojas no eixo Rio—São Paulo.
Só no Rio foram registrados 63 episódios de saques. Muitos deles ocorreram, também, em algumas cidades do Norte e Nordeste. No centro de São Paulo, certo dia, um movimento de desocupados e de subempregados estilhaçou vitrines e fachadas de agências bancárias.
Uma manifestação de grevistas pôs abaixo parte das grades do Palácio dos Bandeirantes. O Governador Franco Montoro ficou sitiado por algumas horas.
O mundo não acabou por causa disso. Os Urutus não deram o ar de sua graça. Aliás, eles não têm graça alguma. O México decretara a moratória um ano antes. O Brasil, na prática, estava quebrado.
As elites do país souberam se entender para garantir a preservação da ordem pública e o projeto de distensão liderado pelo Presidente João Figueiredo. Deseja-se que demonstrem sabedoria e bom senso para agirem assim novamente.
Os donos do poder não tinham candidato para enfrentar a dupla Leonel Brizola-Luís Inácio Lula da Silva. Agora, têm — ou poderão ter. Poderão dispor da candidatura do ex-Governador Collor de Mello, um típico representante deles mesmos — com a vantagem de ter seduzido amplas faixas do proletariado.
Poderão dispor da candidatura do Deputado Ulysses Guimarães, que aceitaria o apoio deles sem nenhum constrangimento. Aceitaria feliz.
Se preferirem um candidato levemente inclinado para a centro-esquerda, poderão dispor do Senador Mário Covas, que conserva a seu lado o discreto charme do Senador Fernando Henrique Cardoso.
Dificilmente, escolherão seguir com a candidatura do ex-Ministro Aureliano Chaves. Ao indicá-lo, o PFL cumpre a obrigação determinada pela prévia interna que beneficiou Aureliano e que derrotou o Senador Marco Maciel. Nada mais do que isso.
O PFL não acredita nas chances de sucesso do ex-ministro. Talvez nem ele mesmo acredite nelas.
Aureliano não conseguiu fortes apoios no seu próprio estado. Não conseguiu atrair o PTB ou parte dele. Está incomodado com a filiação de Jânio ao partido. Em condições normais de temperatura e pressão, deveria estar comemorando o ingresso do ex-prefeito que poderia vir a ajudá-lo.
Mas Aureliano sabe que Jânio se meteu no PFL para apostar na queda dele. A mais de um interlocutor, o ex-prefeito já confessou que sua candidatura é para quando setembro vier. Até lá, imagina que Aureliano acabará saindo do páreo.
Em caso de renúncia de candidato, a Executiva do partido indica o substituto. Não precisa marcar uma nova convenção. Jânio sonha em ser indicado. Com o apoio do próprio Aureliano.
Ulysses sonha em crescer alguns pontos nas próximas pesquisas sobre intenção de voto para colar o PMDB à sua candidatura. Toda a confusão interna do PMDB poderá ser dissipada se Ulysses der alguma prova de que chegará ao segundo turno da eleição.
Salvo um desastre imprevisto, Collor de Mello deverá chegar ao segundo turno. Pode perder, até lá, parte da força que exibe hoje. Mas terá que despencar muito para não chegar.
Subiu nas pesquisas sozinho, por seus próprios méritos de ilusionista político. Seus defeitos e sua inexperiência poderão vir a ser responsáveis pela queda que se anuncia.
----------------Por Ricardo Noblat:
O PFL informa: o ex-Ministro Aureliano Chaves será indicado hoje canndidato a Presidente da República. Em setembro, o indicado poderá vir a ser o ex-Prefeito Jânio Quadros.
Alguns políticos e economistas temem que até lá todas as indicações avalizadas pelos partidos acabem não valendo coisa alguma. A hiperinflação, se de fato vier a se instalar entre nós, seria capaz de desestabilizar a eleição de novembro próximo.
Pode haver exagero nesse tipo de temor — é recomendável que ele não passe de exagero. Mas ele existe e, à medida em que o governo jaz, inerte, diante do agravamento da crise, cresce o número de pessoas responsáveis que receiam a interrupção do processo de redemocratização do país.
É muito curta a memória coletiva. Em 1983, o país assistiu a uma onda de saques a supermercados e a lojas no eixo Rio—São Paulo.
Só no Rio foram registrados 63 episódios de saques. Muitos deles ocorreram, também, em algumas cidades do Norte e Nordeste. No centro de São Paulo, certo dia, um movimento de desocupados e de subempregados estilhaçou vitrines e fachadas de agências bancárias.
Uma manifestação de grevistas pôs abaixo parte das grades do Palácio dos Bandeirantes. O Governador Franco Montoro ficou sitiado por algumas horas.
O mundo não acabou por causa disso. Os Urutus não deram o ar de sua graça. Aliás, eles não têm graça alguma. O México decretara a moratória um ano antes. O Brasil, na prática, estava quebrado.
As elites do país souberam se entender para garantir a preservação da ordem pública e o projeto de distensão liderado pelo Presidente João Figueiredo. Deseja-se que demonstrem sabedoria e bom senso para agirem assim novamente.
Os donos do poder não tinham candidato para enfrentar a dupla Leonel Brizola-Luís Inácio Lula da Silva. Agora, têm — ou poderão ter. Poderão dispor da candidatura do ex-Governador Collor de Mello, um típico representante deles mesmos — com a vantagem de ter seduzido amplas faixas do proletariado.
Poderão dispor da candidatura do Deputado Ulysses Guimarães, que aceitaria o apoio deles sem nenhum constrangimento. Aceitaria feliz.
Se preferirem um candidato levemente inclinado para a centro-esquerda, poderão dispor do Senador Mário Covas, que conserva a seu lado o discreto charme do Senador Fernando Henrique Cardoso.
Dificilmente, escolherão seguir com a candidatura do ex-Ministro Aureliano Chaves. Ao indicá-lo, o PFL cumpre a obrigação determinada pela prévia interna que beneficiou Aureliano e que derrotou o Senador Marco Maciel. Nada mais do que isso.
O PFL não acredita nas chances de sucesso do ex-ministro. Talvez nem ele mesmo acredite nelas.
Aureliano não conseguiu fortes apoios no seu próprio estado. Não conseguiu atrair o PTB ou parte dele. Está incomodado com a filiação de Jânio ao partido. Em condições normais de temperatura e pressão, deveria estar comemorando o ingresso do ex-prefeito que poderia vir a ajudá-lo.
Mas Aureliano sabe que Jânio se meteu no PFL para apostar na queda dele. A mais de um interlocutor, o ex-prefeito já confessou que sua candidatura é para quando setembro vier. Até lá, imagina que Aureliano acabará saindo do páreo.
Em caso de renúncia de candidato, a Executiva do partido indica o substituto. Não precisa marcar uma nova convenção. Jânio sonha em ser indicado. Com o apoio do próprio Aureliano.
Ulysses sonha em crescer alguns pontos nas próximas pesquisas sobre intenção de voto para colar o PMDB à sua candidatura. Toda a confusão interna do PMDB poderá ser dissipada se Ulysses der alguma prova de que chegará ao segundo turno da eleição.
Salvo um desastre imprevisto, Collor de Mello deverá chegar ao segundo turno. Pode perder, até lá, parte da força que exibe hoje. Mas terá que despencar muito para não chegar.
Subiu nas pesquisas sozinho, por seus próprios méritos de ilusionista político. Seus defeitos e sua inexperiência poderão vir a ser responsáveis pela queda que se anuncia.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Indústria fonográfica desenvolve novo formato de áudio

O Globo
RIO - As quatro grandes gravadoras (Sony, Warner, EMI e Universal) estão desenvolvendo um formato de arquivo de áudio para lançar álbuns digitais, numa nova (e tardia) tentativa de controlar o mercado de downloads de músicas. Segundo o The Times, o novo formato, batizado de CMX, trará uma "versão computadorizada dos encartes que vêm em CDs tradicionais, com letras, arte e até mesmo vídeos". O plano é lançar os primeiros produtos em CMX em novembro, possivelmente com um novo album do U2.
- Quando você clicar no nosso arquivo ele trará um visual totalmente novo, com uma página de abertura e todas as opções. Você não terá acesso apenas às dez faixas, mas também à arte do album, vídeos e conteúdo de plataformas móveis - disse uma fonte das gravadoras ao
Times.
Além da da desconfiança de um público hostilizado pela indústria há 10 anos e da ubiquidade do mp3, o domínio da Apple no mercado de tocadores digitais será um desafio para a popularização do CMX.
Segundo o Times, as gravadoras chegaram a conversar com a Apple há cerca de 18 meses sobre a criação do novo formato. A fabricante dos iPods não aceitou a parceria e pouco tempo depois anunciou que criaria o seu próprio formato, que está sendo chamado de Coquetel e deve ser lançado em setembro.
A indústria diz que não pretende "empurrar" o novo produto e fará pequenos lançamentos para estudar a reação do público. Um acordo com a Apple, para que o produto funcione nos iPods e iPhones certamente será crucial. Se não for assim, as pessoas terão apenas de converter os arquivos para mp3 e seguir sua vida normalmente. Algum software para isso será criado, com certeza.
O CMX é uma tentativa de reanimar o mercado de álbuns, que perdeu força com a chegada da era digital. A transição dos CDs para os downloads representou um retorno ao mundo dos "compactos". Dados da Entertainment Retailers Association revelam que apenas 10,3 milhões dos 139,8 milhões de álbuns vendidos no ano passado foram downloads.
Você não terá acesso apenas às dez faixas, mas também à arte do album, vídeos e conteúdo de
plataformas móveis
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Indústria fonográfica desenvolve novo formato de áudio para substituir mp3

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Garimpos Piratas aumentam casos de malária entre Ianomâmis

ALERTA
Garimpos piratas aumentam casos de malária entre ianomâmis de Roraima, diz
médico
Publicada em 05/08/2009 às 18h12m
Fabiana Parajara, O Globo
SÃO PAULO e BOA VISTA -

Os garimpos piratas de Roraima estão provocando o aumento de casos de malária entre os ianomâmis. A denúncia é feita pelo médico sanitarista Oneron de Abreu Pithan, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Segundo ele, o trânsito de garimpeiros nas proximidades das
aldeias acaba aumentando o número de casos da doença entre os indígenas. A malária é transmitida de uma pessoa infectada para outra sã pela picada do mosquito.
Os médicos da Funasa esperavam fechar 2009 com menos de dois mil casos de malária entre a
população ianomâmi da região. O número de ocorrências no primeiro semestre foi de 1.300 casos, contra 2.800 no mesmo período do ano passado. Mas o objetivo da Funasa não deve ser atingido, prevê o sanitarista.
- Os garimpos provocam um maior trânsito de pessoas pelas reservas. Há contato entre os índios e os garimpeiros, além de uma movimentação maior dos próprios índios, muitos deles vindos da Venezuela.
Esse trânsito ajuda a disseminar a doença. Os garimpos ilegais são um problema constante na região, mas não vemos a Polícia Federal e os órgãos de
Justiça se mexendo para coibir isso. O grande impacto acaba sendo da saúde dos indígenas - diz o médico.
O médico afirma que, entre 2007 e 2008, o número de casos de malária em todas as aldeias ianomâmis da região já havia caído de 6,4 mil para 5,8
mil.
- A maioria desses casos estava concentrada nas aldeias do Amazonas, onde o problema é causado pela movimentação em torno da extração de piaçava. Em Roraima, a doença estava bastante controlada até o início do ano, com o registro mensal de até quatro casos. Mas o surgimento dos garimpos levou tudo a perder, especialmente na região de Auaris. Tivemos em Roraima quatro casos em maio, 39 em junho e 199 em julho - explica o médico, acrescentando que quase todos os casos estão concentrados nas cinco aldeias da região de Auaris.
De acordo com ele, foi montado um grande esquema para barrar o avanço a doença, porém é
necessário o fechamento dos garimpos. Nas aldeias onde são constatados casos da doença, os
médicos e enfermeiros testam toda a população e já ministram medicamentos para as pessoas que têm resultado positivo para a doença. Ao mesmo tempo, inseticida é aplicado nas imediações para conter o número de mosquitos transmissores da doença.
- O controle é feito semanalmente até que não haja mais casos constatados. Depois disso, o controle passa a ser quinzenal e vai se espaçando gradativamente - explica o médico.
Pithan conta que essa estratégia tem sido usada desde 2000 com bons resultados.
- Em 2000, quando ela começou a ser usada, tínhamos 7,5 mil ianomâmis com a doença, numa
população de 8 mil índios. Em 2001, esse número já havia caído para 2,7 mil e, no ano seguinte,
para 400 - conta o médico.
O trabalho, no entanto, pode ser rapidamente comprometido quando qualquer pessoa com a doença
- no caso os garimpeiros - tem contato com os índios.
- O controle é constante, mesmo porque os índios se movimentam entre a Venezuela e o Brasil.
Quando constatamos um caso, rapidamente monitoramos a população. Não é raro que a gente constate, em pouco tempo, que 50% da aldeia foi
contaminada. Isso porque a pessoa contaminada leva até 15 dias para manifestar os sintomas. Neste meio tempo, ela já contaminou o mosquito que
acaba espalhando a doença - diz Pithan.
O sanitarista explica que as equipes de saúde se empenham em interromper a transmissão, mas que precisariam do apoio de outros agentes públicos.
- Sem a atuação da Polícia Federal e da Justiça, não temos como solucionar o problema - diz o médico.

Os garimpos provocam um maior trânsito de pessoas pelas reservas.
Há contato entre os índios e os garimpeiros, além de uma movimentação maior dos próprios índios. Esse trânsito ajuda a disseminar a doença.